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Assédio Moral no Trabalho: Como Identificar e Reunir Provas

 

  1. O QUE É ASSÉDIO MORAL E QUAL A IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO?
  2. COMO IDENTIFICAR O ASSÉDIO MORAL?
  3. COMO REUNIR PROVAS?
  4. POSSO ENTRAR COM PROCESSO TRABALHISTA?
  5. A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO E A BUSCA POR UM AMBIENTE DE TRABALHO RESPEITOSO.
  6. CONCLUSÃO

 

O assédio moral no trabalho é uma prática abusiva que pode causar danos psicológicos significativos aos trabalhadores. Nesse artigo, abordaremos como identificar essa conduta, com exemplos práticos, e apresentando formas eficazes de reunir provas, incluindo registros de ocorrências, mensagens e testemunhas. Além disso, discutiremos as medidas legais que podem ser tomadas para buscar justiça e promover um ambiente de trabalho mais respeitoso e saudável.

 

  1. O que é Assédio Moral e qual a importância do reconhecimento?

 

 

O assédio moral, também conhecido como “mobbing”, refere-se a uma prática abusiva no ambiente de trabalho caracterizada por uma série de comportamentos sistemáticos e repetitivos que visam humilhar, desestabilizar ou constranger um trabalhador. 

 

Esse fenômeno pode ter consequências devastadoras, causando danos tanto psicológicos quanto profissionais aos trabalhadores. O entendimento do assédio moral é crucial, uma vez que sua identificação precoce pode prevenir sequelas mais graves e contribuir para a promoção de um ambiente de trabalho saudável.

 

Reconhecer o assédio moral é um passo fundamental no combate a essa prática. Para que o trabalhador possa se proteger e buscar seus direitos, é essencial que ela saiba identificar comportamentos abusivos e compreenda suas implicações legais e psicológicas.

 

  1. Como identificar o Assédio Moral?

 

 

O assédio moral pode se manifestar de diversas maneiras, entre as quais destacam-se: o isolamento profissional, que implica na exclusão do trabalhador de atividades essenciais; críticas excessivas e sem fundamento, que se traduzem em humilhações públicas; a atribuição de tarefas impossíveis ou irrelevantes, que desconsideram as competências do colaborador; e ameaças veladas ou explícitas, que criam um ambiente de temor.


Vamos dar um exemplo prático para deixar mais claro.

Exemplos práticos:

 

        

Esses são exemplos clássicos de assédio moral no ambiente de trabalho, se você está passando por situações semelhantes, é fundamental saber como reunir provas para combater essa prática.

 

     3. Como reunir provas?

 

     

Reunir provas é essencial para comprovar a existência do assédio moral e garantir que a vítima tenha suporte legal para buscar seus direitos. Para isso, algumas estratégias são fundamentais:

 

Registro de Ocorrências: o trabalhador deve manter um diário detalhado das ocorrências de assédio, registrando datas, horários, locais, nomes dos envolvidos e descrições minuciosas dos fatos. Essa documentação servirá como prova  em eventuais ações judiciais. 

 

Mensagens e E-mails: é recomendável salvar todos os e-mails, mensagens de texto e prints de conversas que possam evidenciar comportamentos abusivos. A coleta desses documentos pode fornecer suporte material para as alegações feitas pelo trabalhador.

 

Testemunhas: colegas de trabalho que presenciaram os episódios de assédio podem atuar como testemunhas. Seus depoimentos têm o potencial de corroborar a narrativa da vítima e fortalecer sua posição em uma eventual disputa legal.

 

Gravações e Imagens: em certas situações, pode ser viável registrar conversas ou filmar eventos que constituem assédio moral.


Relatórios Médicos e Psicológicos: caso o assédio moral cause prejuízos a sua saúde , relatórios e laudos de profissionais da saúde podem evidenciar a gravidade da situação. Essas documentações médicas são relevantes tanto para a proteção do trabalhador quanto para embasar uma possível ação judicial.

 

Denúncia Interna: utilizar os canais internos da empresa, como ouvidorias ou departamentos de Recursos Humanos, para formalizar uma reclamação é uma medida prudente. 

 

  1. Posso entrar com processo trabalhista?

 

  

As vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho têm à sua disposição diversas medidas legais que podem ser adotadas para buscar a proteção de seus direitos e a reparação por danos sofridos.


A primeira etapa importante nesse processo é buscar orientação jurídica de um advogado especializado em Direito do Trabalho,  ela pode fornecer o suporte necessário, avaliando o caso em questão e orientando a vítima sobre as opções disponíveis.
             

Essa orientação pode incluir desde o entendimento da viabilidade de uma ação até a explicação sobre os procedimentos legais, garantindo que a vítima tome decisões bem fundamentadas.

Em situações onde o assédio moral é considerado grave, a denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT) se torna uma alternativa viável e eficaz. O MPT é um órgão responsável por proteger os direitos dos trabalhadores e pode intervir em casos que violam as normas trabalhistas. Ao formalizar uma denúncia, a vítima não apenas busca justiça individual, mas também contribui para um combate mais amplo aos abusos no ambiente de trabalho. A atuação do MPT pode resultar em investigações e ações que visem não só reparar a situação da vítima, mas também prevenir que outras pessoas passem pela mesma experiência.

 

Por fim, outra medida relevante é a possibilidade de ingressar com uma ação judicial. A vítima pode reivindicar indenização por danos morais, buscando compensação pelo sofrimento e pelas consequências emocionais devido ao assédio.

 

Além disso, a ação judicial pode levar à responsabilização legal dos agressores e da empresa, promovendo um reconhecimento formal das práticas abusivas que ocorreram. Essa abordagem não apenas visa a reparação individual, mas também serve como um alerta para outras empresas sobre a importância de manter um ambiente de trabalho saudável e respeitoso.

 

  1. A importância da conscientização e a busca por um ambiente de trabalho respeitoso

 

 

O combate ao assédio moral no ambiente de trabalho requer uma conscientização coletiva que envolva tanto empregadores quanto empregados. É fundamental que todos compreendam o que constitui assédio moral, suas práticas abusivas e as consequências que podem advir dessas ações. 

 

A promoção de um ambiente de trabalho justo e respeitoso é uma responsabilidade compartilhada que deve ser encarada por todos os integrantes de uma organização. Empregadores têm o dever de criar políticas e práticas que previnam o assédio moral, garantindo que haja canais de comunicação abertos e acessíveis para que os colaboradores possam relatar comportamentos inadequados. Isso inclui a implementação de programas de formação e conscientização sobre assédio moral, bem como a necessidade de um compromisso visível por parte da gestão em transformar a cultura organizacional.

 

Ao mesmo tempo, os trabalhadores devem reconhecer a importância de manter um ambiente de trabalho saudável, apoiando colegas que possam estar enfrentando situações de abuso e promovendo uma cultura de respeito e colaboração. 

 

O reconhecimento do assédio moral, combinado com a adoção de medidas preventivas e corretivas, pode não apenas minimizar as ocorrências desse problema, mas também garantir que todos os colaboradores desfrutem de um ambiente que priorize sua saúde emocional e bem-estar.

 

     6. Conclusão

 

 

O combate ao assédio moral no trabalho exige conscientização e comprometimento tanto dos empregadores quanto dos empregados. 

 

Se você está passando por essa situação, é fundamental buscar apoio jurídico especializado. Um advogado trabalhista poderá orientá-lo sobre seus direitos e sobre as melhores estratégias para garantir justiça e segurança no ambiente de trabalho. 

 

Denunciar e buscar seus direitos é essencial para proteger sua integridade e contribuir para um mercado de trabalho mais justo.


Aproveite para conferir em nosso canal do Youtube o vídeo completo sobre assédio no ambiente de trabalho:


https://www.youtube.com/watch?v=mmPsC7TpFso&t=136s

 

Danisléia Rosa, advogada, pós-graduada em Direito e Processo Civil e cursando pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho. Atua nas áreas Cível e Trabalhista no Quetes Advocacia. Conselheira Estadual da OAB/PR. Integrante dos coletivos Todas da Lei e Irmãs Negras de Direito.

 

Letícia Fagundes Dias, graduanda em Direito, trabalho na área de controladoria do escritório.

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