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Como me tornei Advogada de Servidores Públicos em Curitiba e Região Metropolitana


  1. Do sonho à realidade;
  2. Persistindo no meu objetivo;
  3. Da primeira cliente atendida na sala da casa dos meus pais à clientes do Brasil inteiro.  


Muitos clientes me perguntam porque decidi ser advogada, e ainda, de uma área tão específica e incomum – Sindicatos de Servidores Públicos e Trabalhadores Celetistas.

 

Vou te contar toda minha história, mas alguns pontos que sempre me intrigaram, e eu gostaria de destacar, é a percepção errada que a sociedade tem da classe trabalhadora. 

 

 

Dos servidores públicos a impressão que as pessoas têm é que são seres privilegiados. Alguns cidadãos mais desinformados dizem que os servidores públicos são pessoas que trabalham pouco, ou até mesmo os culpados por tudo de ruim que tem em nosso país.

 

 

Dizem isso sem ter nenhuma noção que os servidores públicos veem seus direitos violados diuturnamente, são cobrados, perseguidos, insultados, desvalorizados e não possuem sequer regulamentação legislativa em vários casos. 

 

 

Dos Trabalhadores Celetistas se tem a ideia de que são protegidos pela justiça do trabalho, que sempre ganham os processos, mas a realidade é outra, além disso não ser verdade o ordenamento jurídico tende em muito para as empresas, e colocam a culpa nos direitos dos trabalhadores. 

 

 

Essa é a classe mais massacrada no país, se precisa  alguma economia é necessária, o primeiro direito a ser  atacado é o direitos dos trabalhadores celetistas, já parou para pensar nas últimas reformas? Trabalhista, previdenciária. Quem saiu no prejuízo? 

 

 

Dos Sindicatos essa entidade que era para ser uma das mais bem quistas pela sociedade, só recebe críticas, desde arruaceiros a corruptos são taxados, além de tudo são vítimas todos os dias de represálias pela mídia, e pelo poderosos, que tentam acabar com os sindicatos desde que o mundo é mundo. 

 

 

Acabaram com a contribuição obrigatória, de outro lado deram mais força à negociação coletiva. Qual será que foi a intenção disso?  

 

 

E o sindicato dos servidores públicos que são taxados como “vendidos”? 

 

 

Os sindicatos recebem estigmas desde o Brasil República e continua vivendo isso por um motivo bem claro, a desmobilização da classe trabalhadora. 

 

 

A grande maioria dessas entidades, existe gente trabalhadora, honesta que abdica de suas famílias e de seu lazer para lutar pela classe trabalhadora. 

 

 

Eu que na adolescência conheci os movimentos sociais, não consigo conterr minha revolta e indignação sobre essa visão tão preconceituosa da classe trabalhadora e da entidade que defende seus direitos, disso surge a minha motivação em trabalhar com Sindicatos de Servidores Públicos e Trabalhadores Celetistas. 

 

 

E, agora que você já sabe disso, vou te contar a minha história.

 

Do sonho à realidade.

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 Cada um escolhe fazer a faculdade de Direito por um motivo, uns por influência da família, outros para ganhar dinheiro. 

 

 

Uma parcela mais vocacionada, chega à faculdade com sede de justiça, mas no fundo, todos temos algo em comum – o sonho. 

 

 

No meu caso, escuto desde criança que seria uma ótima advogada, e isso se deve as minhas opções na adolescência, pois não foram muito convencionais. 

 

 

Dentre essas opções estava a política. 

 

 

Eu gostava muito de estudar tudo relacionado a ela e também participava de movimentos sociais, fui da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas, da União Brasileira, assim como da União Paranaense dos Estudantes Universitários e da União Brasileira também. 

 

 

Participei de inúmeros congressos estudantis, de juventude em luta pela educação e pelo direito da juventude ao trabalho. 

 

 

Essas são práticas que carrego até hoje, embora com menos intensidade, mas não há uma aula minha em que não aborde esses temas. 

 

 

Desde presidente de grêmio estudantil até candidata a vereadora, eu fui, aos 18 anos. Dá para acreditar ?!



Você deve ter pensado que tenho familiares envolvidos na política!

 

 

Mas não tenho absolutamente ninguém na família que seja político.

 

 

A verdade é que eu fui influenciada por uma gama de professores brilhantes que fizeram parte da minha jornada no Colégio Estadual Leôncio Correia.

 

 

Especialmente o meu querido professor de história Antônio Marques, que marcou minha vida para sempre. Ele foi um professor vocacionado e que incitava o pensamento crítico, uma vez que sempre dizia: “precisamos sair da caverna”. 

 

 

Também tenho como influenciadora nessa jornada, minha amiga Beatriz Seika, que eu carinhosamente chamava de tia Bia. Mulher e  pedagoga que admiro muito. 

 

 

Talvez por admirar tanto essas pessoas, tenho os professores como meus trabalhadores  favoritos.

**Foto de quando fui deputada federal jovem com 16 anos.

No último ano do ensino médio ganhei uma bolsa pra fazer cursinho pré- vestibular. 

 

 

Então minha rotina era bastante corrida, ia para a escola de manhã, à tarde fazia estágio na antiga FUNDEPAR, onde tive meu primeiro contato com a verdadeira realidade dos servidores públicos e a noite ia para as aulas do cursinho. 

 

 

Tive um grande choque de realidade quando percebi que meu ensino em escola pública  (que me ensinou a ser cidadã), não era suficiente para eu passar numa universidade federal ou conseguir uma bolsa integral numa universidade particular. 

 

 

A estudante que tirava excelentes notas, reconhecida como ótima aluna na escola pública, passou a ter uma sequência de zeros enormes.

 

 

Isso me frustrou muito!

 

 

Meu pai entendia que não era o momento de fazer faculdade, afinal não tínhamos dinheiro.

 

 

Então, minha saída segundo ele, era passar em um concurso público e depois ingressar numa universidade. 

 

 

Entendo que a intenção dele era evitar meu sofrimento, claro. 

 

 

Mas eu sempre fui ansiosa e a única coisa que eu dizia aos prantos era “eu vou me formar aos 22 anos” como se eu fosse morrer aos 23 anos, sei lá.

 

 

De fato me formei com 22 anos, tive que correr atrás para compensar as falhas do ensino básico.

 

 

A faculdade era cara demais para a nossa realidade. 

 

 

Graças aos meus pais, ao meu trabalho e à venda de um Monza (que meu pai sempre lembra), eu pude concluir a faculdade. 

 

 

Mais tarde, paguei ao meu pai o valor do Monza e ainda ajudei com a metade do valor da faculdade da minha irmã. 

 

 

A falta de dinheiro nunca me impossibilitou de nada, ao contrário, achava “o máximo” fazer a faculdade e andava orgulhosa com minha bolsa escrito “DIREITO” (hoje dizem que é brega, já na minha época era chiquérrimo) hahahaha. 

 

 

Todo sacrifício valia a pena!

 

 

Não podia lanchar na faculdade, não tinha dinheiro para o xerox, mas minha vida sempre foi rodeada por anjos, como meu colega Chico, que várias vezes, sem me falar nada, tirava duas cópias e me entregava uma. 

 

 

Livros eram artigos de luxo. Ir em congressos então, era proibitivo. 

 

 

Não tinha computador, tampouco internet, mas ganhei muitos livros de professores.

 

 

Virei frequentadora assídua de bibliotecas e perdi as contas de quantas vezes ganhei entradas gratuitas para participar de congressos.

 

 

Me tornei uma ótima aluna, com uma coleção de notas boas e prestígio perante os professores. 

 

 

Eu estava no caminho certo!

 

 

Desde sempre os meus congressos preferidos eram os de Direito Administrativo, realizados pelo Instituto Paranaense de Direito Administrativo. E os painéis que tratavam sobre questões de servidores públicos eram fascinantes para mim.


**Minha turma da faculdade, dentre eles, pessoas que levei para vida. A minha melhor amiga da faculdade, e também  confidente Carol (só Deus sabe o que já passamos juntas). Minha antiga sócia e amiga Ana, minha amiga Dani. As três foram minhas madrinhas de casamento. Meu ex chefe Lauro, o colega Chico que me salvou várias vezes, inclusive depois de formados. Estão faltando a Gabi e o Doug que se formaram um semestre depois.




Estudantes de direito passam por várias fases: em um  período querem ser juízes, no seguinte promotores, e no próximo desejam apenas se mudar para a praia e vender água de coco.  

 

 

No meu caso, sempre quis ser advogada.

 

 

Passei por  algumas crises de identidade na vida, claro. Mas nunca tive dúvidas quanto à minha profissão. 

 

 

Sempre soube o que queria!

 

 

Outro anjo foi meu ex chefe e colega de classe, o Lauro.

 

 

Ele me convidou para trabalhar em sua empresa e me proporcionou quatro grandes presentes: 

 

 

Um salário melhor, – fato que me possibilitou a comprar minha primeira moto, um curso preparatório para OAB, um notebook antigo (mas que era melhor do que eu podia querer);  e, ainda, uma vaga de estágio em um escritório de advocacia um ano depois. 

 

 

Comecei a trabalhar no escritório de uma amiga do Lauro. 

 

 

Ele sempre disse que eu seria uma excelente advogada, e neste período passei a fazer uma média de 60 km por dia para ir e voltar do trabalho. 

 

 

Era muito cansativo, porém eu estava mais perto do meu sonho – ADVOGAR. 

 

No último ano de faculdade, eu estava trabalhando em um escritório e com a promessa de ser efetivada quando me formasse, o que seria maravilhoso.


**Fui a primeira pessoa da minha família a concluir o ensino superior. Todos estavam muito orgulhosos, o que justifica a faixa que minha mãe fez




Foi um sufoco pagar a formatura! 

 

 

Se não fosse minha madrinha que mandava dinheiro todo mês, eu não teria conseguido, tampouco participado do baile de formatura, que eu desejava e muito.



**Eu e minha madrinha na minha formatura



Colei grau em um  dia e no outro no outro já estava lá na OAB marcando meu compromisso. 

 

 

Pois, passei no exame da Ordem dos Advogados do Brasil no 9º período da faculdade. 

 

 

Meus familiares fizeram uma festa, com direito a carro de som e tudo mais. 


**Compromisso na OAB.


No dia do meu juramento na OAB, eu estava muito feliz, pois ali sim estava realizando meu sonho – ser uma advogada. 

 

 

Bacharel era só um passo para chegar aonde eu de fato queria. Meu sonho se tornou realidade neste dia, mas eu não tinha ideia do que o futuro me reservava.

 

 

Persistindo no meu objetivo.

 

 

Os professores tiveram em todos momentos da minha vida, grande influência. 

 

 

No 7º período, eu tive a honra de ser aluna, ajudante e pupila  da professora Ana Cláudia Finger e me apaixonei pelo Direito Administrativo.

 

 

Desde então, organizei toda minha vida para ser uma advogada de Direito Público.

 

 

Sonhava em fazer recursos administrativos, brigando contra o Estado e lutando contra a ausência de legislação que hoje prejudica tanto os servidores públicos. 

 

 

Nunca vou esquecer que o primeiro livro de Direito Administrativo foi do professor Celso Antônio Bandeira de Mello, e eu o carregava na minha caixinha da moto como se fosse uma relíquia. 

 

 

Participei de grupos de pesquisas na área, e também, de concursos de artigos. Na verdade, participava de tudo que me deixasse mais perto do meu objetivo. 

 

 

Após a faculdade, fiz pós graduação em Direito Administrativo e ganhei uma bolsa integral do professor Daniel Hachem para estudar no instituto Romeu Felipe Bacellar. 

 

 

O professor Daniel foi, ainda meu orientador do mestrado, tenho muita gratidão por ele.

 

 

Mas, a vida por um tempo me levou para outro caminho, trazendo muitas crises existenciais.

 

 

Lembra do escritório que comecei a trabalhar por indicação?

 

 

Era um escritório de pequeno porte, e minha atuação era na área trabalhista, eu ia ganhar menos do que estava ganhando.

 

 

Além disso, eu ia atravessar a cidade para trabalhar, atuando em uma área que até então eu nem gostava. Mas havia uma expectativa excelente de futuro e contato direto com a advocacia. 

 

 

Ou seja, a primeira escolha das várias que tive que optar, implicou em não  atuar no Direito Administrativo e até fazer outra pós- graduação, dessa vez em direito do trabalho. 

 

 

Abandonar completamente o direito administrativo me gerava muita tristeza e por vezes tive vontade de desistir de atuar para servidores.

 

 

Mas o lado bom é que eu estava formada, atendendo clientes, realizando audiências, cuidando de processos e ainda recebia uma participação muito boa por cada processo (pelo menos eu achava na época, que era muito dinheiro.)

 

 

Já no primeiro caso em que atuei, percebi que levava jeito. 

 

 

Atuamos para a empresa e conseguimos rapidamente um acordo muito satisfatório. 

 

 

Da mesma forma aconteceu nos processos seguintes. 

 

 

Na minha primeira audiência de instrução percebi que eu realmente tinha nascido para ser advogada de trabalhadores, pois atuei em um caso muito sério, envolvendo acidente de trabalho e a juíza foi muito hostil com o cliente. 

 

 

O trabalhador estava de boné para esconder os ferimentos da cabeça e a juíza ordenou que ele tirasse. Então, quando ele tirou e ela viu as feridas, gritou. E aos berros, mandou que ele colocasse o boné de volta. 

 

 

Naquele momento, a Regeane do movimento estudantil ressurge e faz um escândalo, mas com muita elegância! 

 

 

Nunca vou esquecer da cara da juíza que, mesmo com fama de brava, me respeita até hoje.

 

 

Muito menos a minha sensação quando terminei a audiência.

 

 

Tremia como vara verde!

 

 

A dona do escritório em que estava trabalhando, advogava há muitos anos e confiou em mim, me proporcionando liberdade para trabalhar. 

 

 

Como ela viajava bastante, cabia a mim tomar decisões e aprender na marra. Sem dúvidas, isso me tornou a advogada que sou hoje. 

 

 

Passei por tantos apuros e escapei de muitos erros. Isso me tornou muito mais sagaz, principalmente em audiências. 

 

 

Eu era  muito nova (me confundiam com estagiários o tempo todo) e insegura, sentia dor de barriga antes das audiências (dor de verdade, não é metáfora). 

 

 

Para ajudar, fazia tudo de moto, o que deixava meu cabelo um horror, cheirando a fumaça e a minha maquiagem ficava toda no capacete.

 

 

E quando chovia? Imaginem!

 

 

Precisei então criar uma tática: eu chegava uma hora e meia  antes no fórum. 

 

 

Pedia para o pessoal do cartório guardar minha mochila, capacete e a roupa de chuva. Ia até o banheiro, colocava o único salto (um sapato caramelo da minha mãe) e uma roupinha mais ajeitada que era um blazer azul marinho da minha irmã. 

 

 

Neste momento, eu me tornava a advogada que eu tanto busquei ser. 

 

 

Meus ganhos aumentaram 300 por cento depois das primeiras atuações, o que me possibilitou comprar minhas primeiras roupas sociais.

 

 

Logo depois veio meu primeiro carro. Eu gostava muito da minha moto, muito mesmo, mas não aguentava mais pegar chuva. Além disso, minhas mãos agradeceram quando parei de pegar tanta chuva e passar tanto frio. 

 

**Meu primeiro carro zero, um March 2011.


Passei a ter uma vida mais confortável e ajudei meus pais a terminar nossa casa. 

 

 

Embora a minha vida financeira estivesse melhor do que nunca, neste escritório eu não tinha espaço para praticar meu outro amor: o Direito Administrativo. 

 

 

Outra paixão, pois neste ponto eu já tinha me tornado uma verdadeira apaixonada pelo direito do trabalho. 

 

 

Isso aliado ao fato da advogada dona do escritório  em que eu trabalhava começar a questionar meus ganhos, me fizeram ir em busca no meu próprio espaço. 

 

 

Carrego comigo até hoje a amizade da Janaina – secretária deste escritório na época – que antes de me formar ganhava muito mais que eu. 

 

 

Por isso, me pagou muitos lanches. Também me deixava dormir em sua casa quando chovia demais e ficava difícil eu voltar para casa de moto.

 

 

Tenho clientes que me procuram ainda e que são originários desta fase, pessoas que tenho imenso carinho. Também sou imensamente grata a esta advogada que me deu a oportunidade de aprender. 

 

 

Foi dentro deste turbilhão de emoções que eu me reconheci como uma advogada iniciante: com muito vitórias, mas frustrada por não estar atuando como eu queria. 

 

 

A sensação era: “meu Deus me dediquei tanto para ser uma administrativista, vou deixar isso assim tão fácil?”. 

 

 

Foram muitos dias de reflexão e coração dividido, pois também queria advogar para trabalhadores. Então eu pensava: “o que fazer?”. 

 

 

Depois de muito pensar, achei a solução para minha vida: um instante após ler um trecho do livro da prof. Di Pietro, eu caí em mim “é claro, servidores públicos também são trabalhadores, poxa! Como não pensei nisso antes?!”

 

 

E a partir daí, me tornei uma advogada totalmente dedicada a trabalhadores tanto celetistas, quanto servidores públicos. 

 

 

Quando perguntam em que área atuo, minha resposta é rápida: relações de trabalho. 

 

 

Porém, ainda havia uma face  minha que eu insistia de esconder: lembra que eu te contei lá no início que gostava de política e de atuar em movimentos sociais? 

 

 

Pois então, eu estava em áreas que eu amava, tinha aprendido a juntar minhas duas paixões, mas minha característica de trabalhar em prol do coletivo ficou apagada durante muito tempo. 

 

 

Até que pelas minhas áreas de atuação comecei a ser chamada por amigos da época de militância para fazer alguns trabalhos para sindicatos. Todos nós havíamos crescido e aqueles que continuaram em movimentos de base se tornaram sindicalistas. 

 

 

No início um parecer ali, uma palestra lá, até me tornar uma advogada militante também na área sindical. 

 

 

E aqui minha realização foi completa, inclusive acadêmica.

 

 

Hoje eu vejo que essa foi uma grande sacada para minha carreira, e tive a honra de atuar em casos grandiosos, ajudando muitos trabalhadores estatutários e celetistas a lutar por seus direitos, afinal me tornei advogada para isso. 

 

 

Da primeira cliente atendida na sala da casa dos meus pais à clientes do Brasil inteiro.  

 

 

Enquanto eu ainda trabalhava no escritório da amiga do Lauro, pedi autorização para que pudesse atender alguns clientes do meu bairro na casa dos meus pais aos finais de semana. 

 

 

Eu atendia no meio da sala, e nesse período uma cliente chamada Dora, minha primeira servidora pública, professora vocacionada, me procurou para resolver uma situação delicada. Então percebi que não tinha saída. 

 

 

Precisava de um espaço para chamar de meu. 

 

 

A Dora é uma pessoa linda por dentro e por fora e merecia um atendimento mais exclusivo. Se você entrar nas minhas redes sociais e ver uma mulher de olhos azuis lindíssimos, me “tietando”, é ela.

 

 

Esta é a Dora. Não há um dia do advogado que ela deixe de me dar parabéns e grande parte das minhas fotos tem um comentário dela dizendo que eu sou sua advogada preferida.

**Print para provar que a Dora merecia ser atendida com todo carinho e não na sala da casa dos meus pais.

 

Meu quarto ficava em frente a casa, então imediatamente surgiu a ideia: vou tornar meu quarto num escritório. 

 

 

Como de costume, meus pais e minha irmã (meu braço direito na vida e no escritório), apoiaram.

 

 

Com o tempo, o número de clientes aumentou muito e como eu tinha apenas uma salinha, eles tinham que ficar esperando lá fora. Foi quando tive que roubar a sala da minha mãe e mais um quartinho. 

 

 

Ainda bem que havíamos terminado a casa. 

 

 

A esta altura, já tinha muitos processos!

 

 

Sendo assim, senti uma necessidade gigante em ter um local para atender os clientes de Curitiba, e, graças a minha amiga, sócia e parceira eterna, Ana Osiecki, abrimos nosso escritório em janeiro de 2013, na rua Marechal Deodoro, no centro de Curitiba.

 

 

Então atendi centenas de servidores, grande parte eram professores de Curitiba e região, que chegavam até mim com processos administrativos sem defesa nenhuma, como aposentadorias negadas sem qualquer explicação. 

 

 

Neste período, o número de profissionais da área da saúde que passaram a me procurar aumentou expressivamente, e eu senti na pele como estes trabalhadores dão a vida por seus pacientes, sem condições mínimas de estrutura.

 

 

Esse aumento na procura devo a minha cliente Dra. Junia, que confiou em mim quando eu ainda tinha muito mais vontade do que experiência. 

** No início, em uma pequena sala. Depois, num escritório com maior estrutura e conforto. Hoje não somos mais sócias, mas a amizade, admiração e  gratidão que tenho pela Ana, permanecem.



*Nossa primeira grande sala.



** Comemoração de dois anos do escritório de Curitiba e inauguração da nova sede. Na foto, da esquerda para a direita: Dani, eu, Ana, Gabi, Carol, Chico.

 

 

Em 2014 já tinha realizado muitos dos meus sonhos pessoais, mas além de atuar para servidores e trabalhadores celetistas, queria me tornar referência na área. Fato  que me parecia  difícil em uma cidade onde grandes nomes nacionais do direito administrativo possuem escritório.

 

 

Mas a cada dia mais trabalhadores me procuravam e casos mais complexos surgiam. 

 

 

Após anos de experiência, tenho a plena convicção que a boa atuação no processo administrativo, no caso dos servidores,  é que faz diferença na luta pelos direitos dos servidores públicos. 

 

 

A maioria dos nossos casos se encerram na fase administrativa, pois primamos por isso. 

 

 

Já atuei em muitos casos em que o servidor foi acusado de abuso e/ou desvio de dinheiro, e comprovei sua inocência no processo administrativo.

 

 

Isso gera muitos benefícios ao trabalhador que foi injustiçado, pois por meio de defesa técnica correta, consegue provar sua inocência. 

Dá uma olhadinha no nosso post em que tratamos sobre o maior erro que um servidor ou empregado público pode cometer num PAD. 

A vontade de continuar me dedicando e estudando para atuar em casos destinados a trabalhadores só aumentava, pois me deparava com muitas injustiças, como inúmeros direitos sonegados, e erros cometidos por colegas que se aventuram a atuar na área sem conhecimento. 

 

 

Mas, principalmente, me deparei com servidores sem defesa técnica na esfera administrativa. 

 

 

Um caso muito emblemático para mim, foi o de um Policial Civil demitido com base em depoimentos muitos frágeis e sem qualquer prova. (A demissão para servidores é a penalidade mais grave, logo teremos um post sobre as penalidades que podem ser aplicadas aos servidores.)

 

 

Quando ele me procurou estava em situação lamentável, com depressão e passando muitas dificuldades. 

 

 

Conseguimos reverter a situação e reintegrá-lo no cargo.

 

 

É maravilhoso ver no rosto do cliente a gratidão estampada. Mas não existe nada mais gratificante do que ver esse sorriso coletivo, e isso eu só consigo quando da atuação para sindicatos. 

 

 

E aí começa mais uma fase da minha carreira a intensificação da advocacia sindical. 

 

 

Em 2015 ingressei no mestrado para concretizar uma grande realização pessoal e me dedicar ainda mais aos estudos sobre o direito coletivo dos servidores públicos. 

 

 

Passei em 1º lugar na seleção de ingresso, com projeto de pesquisa focado nos direitos dos servidores.

 

 

Nesse período,  tive a oportunidade de entender um pouco mais da realidade dos sindicatos europeus e realizar pesquisas sobre o tema na Universidade de Ferrara, na Itália. 



**Foto na universidade di Ferrara, com professor titular de direito dos trabalhadores.

 

 

Esse período foi determinante para que eu confirmasse a necessidade de atuar de forma técnica, em uma área que muitos se aventuram por influência politica. 

 

 

Também foi neste momento que passei a ser reconhecida como estudiosa do tema, o que me proporciona muitos clientes. 



**Na foto minha sócia na época Dra. Ana, Dona Verinha, eu e minha melhor amiga desde o colégio Leôncio Correia Dra. Luciana Beltrão, que faz coisas por mim o que apenas uma irmã faria. Obrigada amiga!

 

 

Foto com a banca após minha aprovação. Professor Ósorio, professora Raquel da Colômbia, prof. Daniel,  (estudiosos do Direito Administrativo ), e do professor Villatore, estudioso do Direito do trabalho.

 

 

Em 2016, advogados de outras cidades do Paraná começaram a me procurar, a fim de que eu lhes prestasse ajuda em alguns casos, e para  realizar sustentações orais no Tribunal de Justiça, assim como sindicatos paranaenses para a realização de pareceres. 

 

 

Com muita honra aceitei os convites e tivemos verdadeiras vitórias, inclusive legislativas . Um exemplo disso foi o caso de 15 advogados que atuavam em determinada universidade pública do Estado do Paraná e do dia para noite foram modificados de cargo sem devido contraditório e ampla defesa e pude proporcionar  ao sindicato da região a tese que  garantiu o direito desses trabalhadores.

 

 

Do mestrado nasceu meu livro: Direitos Sociais Coletivos dos Servidores Públicos: Greve, Sindicato e Negociação Coletiva. Com prefácio do professor Blanchet, famoso professor de Direito Administrativo e posfácio do professor Villatore, reconhecido professor de Direito do Trabalho. 

 

 

Meu livro expressa minha indignação com a omissão das autoridades públicas quanto a efetivação do direito coletivo dos  servidores e afirma a necessidade  desta classe ser reconhecida como trabalhadores titulares de direitos. 

 

 

Dedico um tópico do terceiro capítulo para falar um pouquinho de um caso concreto de violação de direitos coletivos contra os professores do Estado do Paraná. 

 

 

Após vários convites para ministrar aulas, surge a professora Regeane, conhecida por seus estudos voltados à classe trabalhadora.

 

 

Iniciei a caminhada como professora para concursos públicos, e desde 2018 passei a me dedicar apenas a docência na universidade -lugar onde posso fomentar o debate e ser um instrumento de concretização dos direitos fundamentais, que eu defendo tanto.
Hoje também, ministrou aula na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro) como professora titular da disciplina de Estudo de Casos Trabalhistas e Análise Econômica do Direito e também para curso preparatório da OAB.

**Foto do dia do lançamento do meu livro. Em breve uma versão atualizada será publicada. Detalhe para as flores recebidas pelo casal Beltrão, que me conhecem muito bem, sabiam que eu esqueceria de enfeitar a mesa de autógrafos. Aproveito para agradecer o Rafa pelas inúmeras traduções e abstracts. Sem você eu estaria literalmente em apuros.


**Minhas primeiras turmas de cursinhos para concurso públicos. Ontem meus alunos hoje meus clientes – servidores públicos.

**Formandos de Direito 2018, confesso que uma das minhas turmas preferidas até hoje. Tenho muito orgulho e um carinho especial por cada um.

 

 

Também em 2018, aceitei o desafio de criar o setor de Regime próprio de um grande escritório de direito previdenciário (regime previdenciário dos servidores públicos)

 

 

Nessa etapa, tive a oportunidade de atender servidores públicos do Brasil inteiro, ganhar  mais experiência e entender a necessidade destes trabalhadores a nível nacional. 

 

 

Aproveito, para agradecer minha amiga Maria Augusta que sempre me incentivou a focar na advocacia para servidores públicos, segui seus conselhos, amiga ;).

 

 

Como existiam muitos casos em que o servidor também havia contribuído para o INSS (regimes híbridos), senti a necessidade de fazer mais uma pós graduação, dessa vez em direito previdenciário e que está em fase de conclusão. 

 

 

Além de atuar com servidores do Paraná, ajudei muitos servidores de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, a obterem o deferimento de suas aposentadorias especiais.

 

 

Estas experiências aliadas ao fato de que em 2019 me casei com um servidor público, e logo em seguida me tornei mãe, me deixaram ainda mais sensível às injustiças sofridas pelos servidores, uma vez que eles são taxados como detentores de grandes prerrogativas. E, na realidade, é a classe que possui menos direitos hoje no Brasil, pois sequer possuem legislação que regule seus direitos. 

 

 

Hoje, grande parte dos meus clientes me procuram pois tem notícias de que ajudei um amigo, ou um conhecido, e além disso, também recebi muitas indicações de alunos e colegas professores. 

 

 

Assim, vejo que meu sonho de ser reconhecida na área vai se concretizando:  um cliente ou um colega de profissão não pensa duas vezes em me indicar quando a matéria é servidor público. 

 

 

Com o crescimento e aumento de clientes, o escritório deixou de ser “Regeane Quetes” e se tornou “Quetes Advocacia”. O escritório conta com uma equipe comprometida que comunga dos mesmos valores.

 

 

Falando em valores, a luta pelos direitos dos trabalhadores é nossa maior missão, por esse motivo a atuação para sindicatos é tão especial para nossos escritórios e fazemos questão de manter uma relação próxima com essas entidades que tanto estimamos. 

 

 

Atuamos em sede de segundo grau para vários sindicatos do Paraná, realizamos pareceres, participação de grupos de estudos, oferta de palestras, consultorias, orientações e auditorias. 

 

 

Assim como somos contratados pelo SINSEP/ SJP (Sindicato dos Servidores Públicos de São José dos Pinhais), que é nosso cliente com maior número de processos hoje, atuamos em cerca de 4 mil processos administrativos e judiciais de servidores públicos do município. 

 

 

E temos muita honra em fazê-lo, pois é um sindicato bastante atuante que conta com uma mulher como a presidente Samia Leiza Dornelles. 

 

 

Nestes anos já tive o prazer de dividir meus dias de trabalho com muitos profissionais, mas nunca tive uma equipe tão eficiente como agora. Aproveito para expressar meu orgulho e gratidão a todxs. 

 

 

Nosso escritório físico fica localizado na cidade de Colombo (onde tudo começou). Mas, graças a  tecnologia e aos procedimentos adequados conseguimos atender em todo Brasil. Inclusive, temos atuação bastante expressiva no Estado de São Paulo.

**Escritório físico localizado na Rua Abel Scuissiato, 2931, sala 14, na cidade de Colombo. Lugar que nasci, cresci, tive meu primeiro escritório e advogo há mais de 10 anos.

 

 

Agradeço imensamente aos meus clientes do passado, do presente e do futuro.

 

 

E como forma de agradecimento nosso blog tem como objetivo trazer muitas informações sobre o direito dos trabalhadores classe que infelizmente tem seus direitos violados diariamente, e precisa estar bem informada para combater estas injustiças. 

 

 

A meus clientes  devo  tudo que tenho, mas acima de qualquer coisa, tudo que conquistei e tudo que conquistarei,  pois “tenho em mim todos os sonhos do mundo”. 

 

 

E na pessoa da nossa querida D. Verinha, nossa cliente, esposa de servidor público, que alegrava nosso escritório, mas infelizmente  nos deixou em 2016, externo a minha gratidão a todos vocês que confiaram a mim lutar por seus direitos. 

** Na foto minha sócia na época Dra. Ana, Dona Verinha, eu e minha melhor amiga desde o colégio Leôncio Correia Dra. Luciana Beltrão, que faz coisas por mim o que apenas uma irmã faria. Obrigada amiga!

 Advogada e professora universitária. Mestre em Direito Econômico e Socioambiental pela PUCPR. Autora do livro: Direitos coletivos dos Servidores Públicos e diversos artigos em suas áreas de atuação. Mãe da Clara, esposa do Marcello e apaixonada por filmes e séries.

DIREITO SINDICAL - SERVIDOR PÚBLICO- TRABALHADOR CELETISTA.

Quetes Advocacia é um escritório de advocacia registrado na OAB/PR sob o número 6236.

CNPJ: 27 . 751 . 530 / 0001 – 28.